quinta-feira, 24 de junho de 2010

Amazônia desperdiça caroço de açaí e perde combustível

ABAETETUBA, PA e BRASÍLIA, DF – Caroços de açaí estão sobrando na região de Abaetetuba, quando poderiam produzir mais biomassa com baixo custo. Eles constituem o maior lixo urbano desta cidade do Baixo Tocantins. O desperdício vem sendo questionado por técnicos da Emater e pesquisadores da Embrapa. Eles consideram inaceitável a situação e cobram programas de governo nessa área.
Para tornar a produção sustentável, cerâmicas da região começam a se valer da oferta de biomassa. Sazonal, o caroço está disponível durante seis meses do ano.
– O poder calorífico do caroço de açaí é vantajoso – comenta o proprietário da Cerâmica Menegalli, de São Miguel do Guamá, Edson Menegalli. Desde julho de 2007 ele usa mil toneladas por mês na produção de aproximadamente 900 mil peças em fornos paulistas.
Segundo Menegalli, o desempenho varia conforme o tipo de forno e peça a ser produzida. O analista técnico da Carbono Social, Thales Carra, lembra que o uso do caroço de açaí como combustível exige a instalação de injetores de biomassa, bem como a construção de galpões para secar e mantê-la seca.
Flávio Ikeda, técnico da Emater em Abaetetuba, acredita que o governo e o sistema bancário possibilitariam isso. Além do mais, a logística de transporte do caroço é simples, porque implica documentação, a exemplo do que ocorre com resíduos de origem florestal (serragem e cavaco, entre outros), para os quais se requer uma guia florestal.

Um entrave: sobra cinza, que forma blocos cristalizados e exige limpeza dos fornos com mais freqüência para não entupir ou atrapalhar a entrada de oxigênio. Thales Carra lembra que existe a sazonalidade e que a biomassa não pode ficar estocada por muito tempo para não contaminar o solo e a água subterrânea, caso não haja compactação do solo no local de armazenamento.

(*) Com informações do www.carbonosocial.wordpress.com

Texto: MONTEZUMA CRUZ
Fonte: site Amazônias http://www.gentedeopiniao.com

Baixo Tocantins está próximo do bioetanol de mandioca

BRASÍLIA – Enfim, o Baixo Tocantins encontrou um padrinho político para levar o governo a instalar na região uma microdestilaria de etanol de mandioca. O deputado Zequinha Marinho (PSC-PA) enxergou a possibilidade de transformação econômica de pequenos agricultores da roça sem fogo e prometeu incluir o investimento numa emenda ao Orçamento Geral da União.

A notícia foi transmitida a este site pelo técnico Flávio Yassushi Ikeda, da Empresa de Assistência e Extensão Rural (Emater) do Estado do Pará em Abaetetuba. Ikeda encaminhou a Marinho o projeto para aquisição da já conhecida usina social inteligente (USI), fabricada no Rio Grande do Sul.
— Acredito que será o começo da mudança no processo de fabricação de farinha de mandioca em nosso Estado, passando de uma atividade degradadora do meio ambiente para outra, totalmente agroecológica — ele disse ao deputado. Satisfeito, por encontrar um político paraense comprometido com a agricultura familiar e a produção sustentável, Ikeda somou seus esforços aos de outros técnicos da Emater e aos pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental, visando “ao menos atenuar os efeitos indesejáveis e supostamente inevitáveis, de agressão ambiental causada por atividades tradicionais da agricultura familiar”.
No ano passado, Ikeda e este repórter viram a USI funcionar a todo vapor na Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF). Lá, eles acompanharam 72 horas de testes das dornas dessa microdestilaria, numa experiência comandada pelo pesquisador de mandioca Luiz Joaquim Castelo Branco Carvalho.
Teste com êxito
Sem a necessidade da hidrólise, a massa de mandioca — 250 quilos de variedades colhidas no campo experimental da Embrapa Cerrados — fermentou por um período de aproximadamente dez horas, entrou em destilação e ficou “no ponto”.
O álcool saiu a 96 GL (sigla de Gay Jussac e Cartier, criadores do densímetro para álcool). Uma das variedades testadas foi a mandioca açucarada do Pará, a mandiocaba.
Carvalho lembrou que o álcool é feito de glicose e não de sacarose e, no uso da mandiocaba, o açúcar já é glicose. Na mandioca não existe nenhum composto que iniba o processo biológico de fermentação alcoólica.
— Dependendo da região, a obtenção do álcool a partir dela poderá ser mais barata inclusive do que pela cana-de-açúcar — ele estimou em 2009.
Conceito aprovado
O Pro-Álcool (Etanol no Brasil) introduziu o conceito das microdestilarias para ajudar a reduzir a disparidade de renda no País, beneficiando diretamente o pequeno produtor rural.
O modelo ideal de desenvolvimento das microdestilarias de etanol é o que envolve pequenas cooperativas ou conjuntos de pequenos produtores. Cada microdestilaria de 600 litros por dia, por exemplo, poderia agregar aproximadamente 15 famílias.
Carvalho lembra que o processo de produção de etanol a partir dos carboidratos da mandioca foi iniciado na década de 1970, com o programa Pró-Álcool em sua primeira versão.
— Os experimentos foram gradativamente abandonados diante do sucesso do álcool de cana-de-açúcar. Há muito espaço para ser conquistado em termos de produtividade agronômica — assinalou.
Conheça o site da USI Biorrefinarias

NÚMEROS DO RENDIMENTO
▪ 5 a 7 mil litros por hectare é o total de bioetanol produzido pela cana-de-açúcar.
▪ 4 a 6 mil litros por hectare é o total de bioetanol produzido pela batata-doce.
▪ 4 a 6 mil litros por hectare é o total de bioetanol produzido pela mandioca.
▪ 3,5 a 4,5 mil litros por hectare é o total de bioetanol produzido por sorgo sacarino.
Texto: MONTEZUMA CRUZ
Fonte: site Amazônias http://www.gentedeopiniao.com

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Dom Eliseu realiza Festival da Goiaba

Nos dias 25 e 26 próximos a cidade de Dom Eliseu, nordeste do Pará, estará em festa! acontecerá o 1º Festival da Goiaba, o município é reconhecido pela sua produção de goiaba e neste ano as estimativas são de safra recorde.

Durante o festival estão programados: Seminário sobre o agronegócio de goiaba - participação de palestrantes nacionais; apresentações e comercialização de produtos agroindustrializados de goiaba; standers com comidas regionais; além de shows com bandas locais e nacionais.


A organização do evento é da EMATER-PARÁ em Dom Eliseu e Secretaria Municipal de Agricultura, com apoio de EMABRAPA, Projeto Agrofuturo e os agentes financeiros: Banco da Amazônia e Banco do Brasil.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Produtores de banana no Pará testam variedade de banana resistente à sigatoka negra

EMATER LOCAL DE SÃO GERALDO DO ARAGUAIA-PARÁ SAI NA TV GLOBO
 (GLOBO RURAL)

Produtores de banana de São Geraldo do Araguaia, no Pará, estão testando o desempenho de uma variedade de banana resistente à sigatoka negra, uma das piores doenças da cultura.

O seu José Rodrigues, agricultor há 40 anos, já sofreu bastante com a doença na lavoura. Há cerca de um ano, resolveu plantar um novo tipo de banana e está satisfeito com o resultado. “Estou feliz porque a gente está vendo a produção que vai lucro”, falou.

O novo fruto, chamado BRS – Conquista, foi desenvolvido pela Embrapa e disseminado no Pará pelo engenheiro agrônomo da Emater Marcus Damião. Ele estava preocupado com o avanço da sigatoka negra, doença provocada pelo fungo que ataca as bananeiras de São Geraldo do Araguaia, no sudeste do Pará.

“A Emater viabilizou os materiais da BRS – Conquista para fazer a avaliação agronômica da resistência bem como a questão da produtividade e palatabilidade para os produtores inserirem na região”, explicou Damião.

Esta é a primeira unidade de observação da cultivar de bananeira BRS – Conquista do Pará. Ela foi instalada no município de São Geraldo do Araguaia através da Emater e já está em início de produção.

A semelhança da variedade desenvolvida pela Embrapa é com a banana maçã. O cacho da nova banana pode medir quase 70 centímetros e pesar até 25 quilos.

Outra vantagem para o produtor é que a banana conquista pode ser cultivada em consórcio com o cacau.

“Quando, daqui a três anos, a gente tirar a banana da área, vai ficar o cacau produzindo e dando sustentabilidade nas propriedades”, falou Edilson Pereira, técnico agrícola da Emater.

Além da sigatoka negra, a banana BRS – Conquista é resistente a outras duas doenças, a sigatoka amarela e ao mal do panamá.

Fonte: Site Globo.com

Texto: off da materia 


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Parte de projeto apoiado pela UE, Seminário sobre alimentação capacita mulheres

Figurando como primeira ação do projeto Mulheres do Campo, que foi contemplado por um edital nacional para receber recursos da União Européia (UE), o Seminário "Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional", acontecendo desde quarta (17) até sábado (18) no município de Santa Maria do Pará, tem parceria da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Técnicos da Empresa estão ministrando palestras sobre temas como "manipulação de alimentos sob exigências sanitárias" e "assistência técnica" aos setenta participantes.
O início do Seminário coincidiu com o lançamento do Projeto, cuja cerimônia reuniu 250 mulheres do nordeste paraense e cujas concepção e execução envolvem o Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense (Mmnepa), em parceria com uma ong internacional, Pão para o Mundo, e duas nacionais,  a Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (Appac) e o Grupo de Assessoria em Agroecologia na Amazônia (Gtna).
 O Projeto Mulheres do Campo tem duração de três anos e irá receber R$ 2 milhões e 700 mil reais da UE para capacitar e conscientizar cerca de 1 mil e 400 mulheres de 19 municípios do nordeste paraense, acerca de políticas e práticas de segurança alimentar.
"Mais recursos permitem a ampliação e o fortalecimento de um trabalho que o Mmnepa vem realizando faz tempo, com o apoio de outras entidades, como a Emater. É um trabalho de resgate cultural, de comprovação de importância da mulher no campo e de fomento às políticas de saúde e educação", declara Francisca Nascimento, coordenadora do Mmnepa.
A programação do Seminário é voltada para mulheres trabalhadoras rurais e tem foco na explanação dos programas federais PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), pelos quais agricultores familiares podem vender sua produção ao sistema público.
"O Seminário é mais uma oportunidade para que alcancemos a proposta do Projeto, que é democratizar o processo de informação e ajudar a educar para o aproveitamento de alimentos, para a qualidade nutricional, para a atenção à saúde da mulher rural, entre outras questões. Hoje, infelizmente, ainda deparamos com o absurdo de uma mulher trabalhadora rural preferir consumir suco industrializado, pelo qual ela ainda paga caro, a um suco natural de frutas; ou comprar frango de granja, que bem sabemos o quanto de hormônio carrega, a criar galinha caipira; até as crianças comem salgadinho de pacote no recreio, em vez de produtos naturais e saudáveis", explica a psicóloga Rita Teixeira, responsável do Mmnepa no Projeto.
Segundo ela, motivos como a desinformação e a comodidade prejudicam os hábitos das famílias rurais e provocam doenças graves, principalmente do trato estomacal e intestinal. A solução seria valorizar ao máximo os produtos da agricultura familiar, "começando por dentro das casas dos próprios agricultores", diz. O uso dos quintais domésticos também é uma alternativa nesse sentido, reforça - com o espaço servindo para o cultivo de hortaliças e de plantas medicinais, bem como para a criação de pequenos animais.
O apoio dos especialistas da Emater - pertencentes aos escritórios central e regionais de São Miguel do Guamá e Capanema - se dá por meio de um Termo de Cooperação Técnica assinado entre a Empresa e o Mmnepa, em 2008.
Por intermédio da Emater, inclusive, grupos de mulheres do nordeste paraense já assinaram contrato dentro do PAA ou Pnae. Alguns dos exemplos são uma associação de criadoras de galinha caipira do assentamento Águia, em Ulianópolis, e outra de produtoras de mandioca em Irituia.
"A Emater há muito já trabalha com a inclusão de gêneros, não só na prática dos projetos, mas também como objeto de política interna e de discussão. Acreditamos que capacitar a mulher rural é lhe dar voz e condições de iniciativa própria, e essa independência repercute positivamente em toda a comunidade em torno e em toda a sociedade contextual", afirma o sociólogo da Emater Alcir Borges.

Texto: Aline Miranda

Foto: Alcir Borges

PRA PENSAR...

E ainda tem gente que se acha evoluido....

Mulheres do Nordeste Paraense realizam Seminário para discutir Segurança Alimentar e Nutricional

Com o lançamento do Projeto "Mulheres do Campo" o Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense - MMNEPA abriu os trabalho em Santa Maria do Pará, do Seminário: Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional com foco nos Programas PAA - Programa de Aquisição de Alimentos e PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar.
O Seminário é uma iniciativa do MMNEPA com a parceria da EMATER-PARÁ, que já desenvolve ações focadas na segurança alimentar. A parceria EMATER-PARÁ e MMNEPA contribui com o desenvolvimento da mulheres oportunizando Assistência Técnica e Extensão Rural, ressalta-se ainda, o convênio de cooperação técnica assinado entre as instituições.
No Lançamento do projeto participaram cerca de 250 mulheres, o Projeto Mulheres do Campo é realizado em parceira com a União Européia, Pão para o mundo, APACC e GTNA.
Durante os dias 18 e 19 as mulheres continuaram discutindo sobre o tema soberania e segurança alimentar e nutricional, mediadas por um grupo de profissionais. É importante enfatizar que os Programas PAA e PNAE constituem instrumentos democráticos das políticas públicas de Soberania Alimentar e Nutricional.

Alcir Borges

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Seminário sobre ATER para Mulheres é realizado em Belém

Nos dias 09, 10 e 11 de junho realizou-se em Belém o Seminário Estadual: Política de Assistência Técnica e as Relações de Gênero. Estive presente representando a EMATER-PARÁ e foram dias de grande aprendizado. Eram em torno de 30 mulheres representandos os territórios da cidadania no estado Pará, lá elas discutiram sobre qual ATER eles queriam, o quadro atual da ATER para as mulheres, o acesso ao crédito além das discussões de gênero.
Como homem, como técnico e sobretudo como cidadão, posso dizer que tenho aprendido com as liderenças feministas e com as mulheres desbravadoras do nosso Estado. Penso que é super oportuno o debate e a construção dessa nova realidade para mulheres está de dando nesse momento.
O resultado do seminário é uma pauta de demandas contruida pelas mulheres e apresentadas a AEGRE-MDA (assessoria Especial de Gênero, Raça e Etnia)que tenho certeza, irá oportunizar a realização de todas as demandas.

Parabéns a todas as mulheres que participaram e a todas as mulheres ali representadas.

Alcir Borges

Seminário sobre mulheres reforça entendimento de políticas diferenciadas

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) participou, de 9 a 11 de junho, do Seminário Estadual de Política de Assistência Técnica e Relações de Gênero, em Belém.
O evento, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em parceria com a ong Sempreviva Organização Feminista (Sof), teve como objetivo discutir o papel das mulheres no meio rural, principalmente no que diz respeito ao beneficiamento por políticas públicas exclusivas e ao estímulo ao processo de independência financeira e social das agricultoras.
Outras edições regionais do Seminário, Brasil afora, acontecerão ao longo do ano. O Seminário Nacional será realizado em data ainda a ser definida.
Trinta lideranças femininas, representando todas as macrorregiões do Pará, estiveram presentes nos debates, além de agentes de ater não-estatal.
“Hoje, a ater para mulheres no Pará é diferenciada, tem sentido afirmativo, de modo a garantir o acesso delas às políticas. Faltam-lhes informação, conscientização e mentalidade de independência. Nossa luta agora se legitimou mais ainda com a homologação da nova Lei de Ater [lei federal 11.947], que expressa textualmente a inclusão das ‘mulheres’ como autênticas beneficiárias do sistema público de assistência técnica e extensão rural. O esforço da Emater é para ajudar as mulheres rurais a saírem do papel restritivo de ‘donas-de-casa dependentes dos maridos’ para que também assumam a frente do trabalho, da renda, da produção”, diz o sociólogo da Emater Alcir Borges.
Desde 2009, o trabalho da Emater quanto a mulheres é respaldado por uma rede temática ligada ao MDA, específica de “mulheres rurais”. A Empresa atende a dezenas de grupos femininos, em todas as regiões paraenses. A maioria dos projetos é de artesanato ou beneficiamento da produção agrícola.
Um dos principais desafios é a ampliação da contratação do crédito especial linha Mulher do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Empecilhos como o desconhecimento de tal facilidade por parte das mulheres, falta de documentação delas, ausência de uma suposta vida financeira pregressa e inadimplências bancárias dos maridos têm atrapalhado o acesso e até a comunicação com os agentes financeiros.
“Mas essas dificuldades são naturais do processo, que é revolucionário, porque a sociedade rural é historicamente machista. Como a diferenciação oficial de ater com mulheres é recente, assim como a criação da rede temática no MDA, podemos dizer que política interna de gêneros da Emater ainda está em construção. A fase é de diagnóstico: queremos verificar a realidade, confirmar as demandas das mulheres rurais, para daí nortearmos nossas ações, aplicarmos nossos recursos, capacitarmos direcionadamente nossos técnicos”, diz a economista da Emater Ada Lima, articuladora estadual da rede temática de mulheres.
Fonte: Portal Emater
Texto: Aline Miranda

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Aldo Rebelo apresenta texto de Código Florestal que dá autonomia a estados

O Texto abaixo foi encaminhado pelo companheiro Emanuel Manaia e serve para tomarmos conhecimento sobre a legislação Florestal.
O relator da Comissão Especial do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP) fez nesta terça-feira (8) a leitura de seu relatório sobre o projeto que altera essa legislação.
O texto do relator dá autonomia para os estados definirem os porcentuais de área de reserva legal e para flexibilizar a aplicação das leis ambientais.
O novo código também isenta pequenos produtores rurais com propriedade de até quatro módulos rurais da obrigatoriedade de cumprir os porcentuais de reserva legal - no caso da mata atlântica e caatinga, esse porcentual é de 20%; no cerrado, 35%; floresta amazônica, 80%.
Os médios e grandes proprietários poderão, quando impossível cumprir a regra, fazer compensações em áreas de preservação coletiva, a serem definidas pelo Estado. Com isso, o novo texto legaliza a situação de 90% dos produtores rurais brasileiros que, segundo Aldo, estariam hoje colocados na ilegalidade, principalmente os das regiões Sul e Sudeste.
As Áreas de Preservação Ambiental (APA) permanecem no mesmo regime, mas poderão ser alteradas pelos estados que tiverem realizado o Zoneamento Ambiental. A área de mata ciliar a ser mantida pelos agricultores fica em 70 metros no máximo, mas o mínimo passa a ser de 15 metros, podendo cair para 7,5, dependendo da definição de cada estado.
Normas estaduais
Como informa a Agência Câmara, Rebelo disse que os estados continuarão a ter de acatar as normas nacionais relativas ao meio ambiente da forma como prevê a legislação hoje, mas poderão produzir normas próprias de acordo com critérios técnicos.
Isso se daria pelo Zoneamento Ecológico-Econômico, uma espécie de “plano diretor” para determinar que uso pode ser feito da terra em cada região. Ainda segundo o texto apresentado por Rebelo, as áreas em uso para produção serão consideradas espaço consolidado de atividade agrícola e de pecuária até que, em cinco anos, cada estado defina a adesão ao Programa de Regularização Ambiental. Durante esse período, não será permitida o desmatamento de novas áreas.
O presidente da comissão, Moacir Micheletto (PMDB-SP), encerrou a sessão, que ocorreu em meio a clima de confronto entre bancada ruralista e ambientalistas, após a leitura do relatório, e convocou uma nova reunião para votar o texto para esta noite. No entanto, um acordo entre os integrantes da comissão adiou a votação para esta quarta-feira.
Advogada
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) representante da bancada ambientalista, acusou Aldo Rebelo de contratar a advogada Samanta Piñeda que seria consultora jurídica do agronegócio. Presente à reunião, Samanta disse que não vê incompatibilidade na sua colaboração, porque é uma especialista no assunto.
As organizações não-governamentais (ONGs) ambientalistas mandaram muitos manifestantes para o plenário e vários deles se manifestaram durante a sessão, levantando cartões vermelhos toda vez que Aldo anunciava alguma proposta considerada pelo grupo nociva ao meio ambiente.
O relatório do deputado tem 309 páginas e ele se limitou a ler as primeiras 50 páginas de introdução, dando o restante por lido, o que gerou mais protestos ainda no plenário. Segundo o ambientalista André Lima, presidente do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o projeto relatado por Aldo representa um crime contra o meio ambiente brasileiro e um retrocesso, porque transfere toda a responsabilidade pela preservação ambiental exclusivamente para o poder público e "anistia todos os desmatadores que devastaram o meio ambiente até 2008".
A organização Greenpeace também condenou o texto apresentado por Aldo Rebelo. “Na prática, o relatório propõe reverter 76 anos de evolução de nossa legislação ambiental. É, portanto, um retrocesso”, afirma, em nota.
Fonte: Do Globo Amazônia, em São Paulo*
Encaminhado por Emanuel Manaia, contato: manaia228@hotmail.com

segunda-feira, 7 de junho de 2010

1º Festival da Goiaba de Dom Eliseu apresenta safra recordista

Maior produtor de goiaba da Amazônia, o município de Dom Eliseu, sudeste do estado, celebrará a safra recorde, prevista para alcançar as mil toneladas, no I Festival da Goiaba, dias 25 e 26 de junho. O evento, coordenado pela prefeitura em parceria com o escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), acontecerá na rua principal da cidade, Juscelino Kubitschek. Estão sendo esperados mais de 10 mil visitantes. A entrada é franca.
Além de shows noturnos, o Festival terá 16 barracas de produtos de agricultura familiar, onde associações e cooperativas exporão e venderão, a preços módicos, subprodutos da goiaba, como compota, geléia e suco. Os órgãos públicos do setor agrícola e fundiário e empresas privadas do ramo também terão seus estandes: Emater e Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri), por exemplo, apresentarão juntas seus trabalhos, dividindo o mesmo espaço.
"Por meio de convênios assinados entre Emater e MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário] e o projeto Agrofuturo, em parceria com a Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], o escritório local vem executando uma série de ações em prol do desenvolvimento do apl [arranjo produtivo local] da goiaba, que vão do Festival a cursos e oficinas, passando pela realização de um Dia de Campo de goiaba irrigada, que provavelmente acontecerá em setembro", diz o chefe do escritório local da Emater, o engenheiro agrônomo Oduvaldo Oliveira.
O município tem 52 agricultores familiares de goiaba "de transição agroecológica" (cultivadas sob menos defensivos e adubos químicos, em comparação às quantidades utilizadas no sistema convencional), com 130 hectares plantados. Todos os plantadores são financiados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com o intermédio da Emater.
A colheita da goiaba no Pará acontece somente nos meses de maio e junho, por conta do período pós-chuva na região, porque a cultura exige água constante no seu ciclo, principalmente nas fases de floração e frutificação. Desde o começo do ano, porém, a Emater tem instalado unidades demonstrativas (uds) de sistemas de irrigação em propriedades familiares para que a produção seja possível o ano inteiro. “O objetivo é descentralizar a safra", diz o técnico agropecuário da Emater Raimundo Salazar. Até porque, segundo Salazar, na entressafra o Pará tem que importar goiaba de Pernambuco.
Dentro da programação prévia do Festival, inclui-se a realização de um curso de processamento da goiaba, de 7 a 11 de junho, ministrado por técnicos da Unidade Didático-Agroecológico do Nordeste Paraense (UDB) a 30 pessoas – entre produtores e esposas e filhos de produtores. A idéia é repassar sugestões culinárias e informações sanitárias para a manipulação polpa da fruta, como o preparo de compotas e de doce cristalizado, já que os agricultores ainda ignoram a possibilidade de beneficiamento, vendendo somente a fruta in natura, para feiras e indústrias de suco.
A Emater espera que a capacitação e o estímulo social para o beneficiamento, inclusive envolvendo todos os membros das famílias rurais (esposas e filhos), gere mais renda, valorize as mulheres e os jovens das comunidades e demonstre os múltiplos usos dos produtos da fruticultura agroecológica.
Outra promoção do Festival, também, será o I Seminário sobre o Agronegócio da Goiaba, dia 25, quando pesquisadores da Embrapa ministrarão palestras sobre temas estratégicos, como packhouses (casas de recepção de frutas, onde elas podem ser lavadas e armazenadas) e uso de biodefensivos para uma platéia por ora estimada em 200 pessoas.
Para o sociólogo da Emater Alcir Borges, um Festival de tal porte "é um instrumento importantíssimo para dar visibilidade ao produto, aos produtores e ao contexto socioeconômico que o município representa, como um pólo produtor de goiaba com capacidade de abastecer o mercado local e se estender para o nacional e internacional. Além disso, é uma oportunidade de incremento de negócios, em que produtores, compradores e consumidores se encontrarão e poderão trocar idéias e fechar contratos", festeja.

Texto: Aline Miranda
FONTE: site EMATER-PARÁ

Curso de Processamento de Goiaba é realizado com sucesso em Dom Eliseu - Pará